Investir ou não no exterior foi para os fundos de pensão durante muito tempo um tema de reflexão sim, até porque a norma passou a permitir, mas sem maior sentido de urgência. Agora, com o cenário brasileiro mais parecido com o que se encontra lá fora, parece que finalmente as conjeturas vão se traduzir em ação. Capitaneadas pela Previ, a Funcef e a Forluz, entre outras entidades preparam-se para um primeiro passo já em abril.
A ideia é receber em abril ao redor de meia dúzia de propostas, a serem apresentadas preferencialmente por instituições locais associadas a assets globais. A Previ, informa o seu Diretor de Investimentos, Renê Sanda (FOTO), tem planos de anunciar até o início de maio os dois a quatro gestores escolhidos. A entidade pretende alocar no exterior ainda em 2013 entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões. No caso da Funcef, adianta o seu Diretor de Investimentos, Maurício Marcelini Pereira, a proposta que está com a Diretoria envolve uma decisão que seria tomada em abril de aplicação entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões, o equivalente a 0,2% e 0,3% do patrimônio da entidade, em três a quatro fundos de investimento. Na Forluz, explica o Diretor Financeiro e de Investimentos, Rodrigo Eustáquio Barata, o projeto é levar para o exterior entre R$ 180 milhões e R$ 200 milhões. “Quem vai dizer por qual prazo e onde deve ser feita a alocação será o gestor, considerando o maior retorno possível”, resume Rodrigo. Se as entidades entrarem em grupo em um mesmo fundo, notou Sílvio Rangel Silveira, Diretor-Superintendente da Fibra, deverá existir um acordo prévio quanto ao prazo da aplicação, para que resgates feitos por um ou outro investidor não penalize um terceiro, talvez atingido pelo teto de 25%. “Teremos que tomar cuidado com realizações de lucro fruto de alterações no câmbio”, observou Sílvio. No seu modo de ver, uma boa saída para esse tipo de impasse seria a adoção de janelas para resgate de cotas. Sanda e Maurício defenderam a ideia de que não cabe às grandes entidades interferir na disseminação do processo junto aos fundos de pensão menores, muito menos fazer recomendações. Esse trabalho de divulgação e venda dos investimentos no exterior deve caber, no entendimento de ambos, aos gestores escolhidos. Fonte: Diário dos Fundos de Pensão (26/3/2013) |