Pronunciamento feito por João Carlos Pinheiro da Fonseca, no almoço comemorativo dos vinte anos da APAS-RJ acontecido no Restaurante na Antiga Capela Imperial da Quinta da Boa Vista, aos 19 de julho de 2017.
Minhas Amigas e meus Amigos,
Se alguém de fora, nos visse aqui reunidos nesse lugar tão tradicional – que data dos tempos do império – poderia fazer a seguinte pergunta: “o que é que esse grupo está celebrando com tanta alegria?”
Se a resposta fosse: “eles estão comemorando os vinte anos da Apas do Rio de Janeiro”, isso estaria certo mas não seria o suficiente. Teríamos que explicar também que todos estão felizes pela sensação de viver seus tempos de aposentadoria em meio a amigos e defendendo em comum os seus direitos.
Teríamos que explicar, ainda, que todos estão felizes pela íntima sensação de terem cumprido seu dever para com a sociedade.
E por que eu digo isso? Porque de uma maneira ou de outra, cada qual aqui presente, com seu talento, sua aptidão e com seu trabalho, terá contribuído para ajudar as pessoas a se comunicarem melhor.
Pois é isso que as telecomunicações verdadeiramente representam: pessoas que se comunicam melhor.
É claro que nós fizemos isso com a tecnologia, com os meios e com as limitações da nossa época. Mas nossa geração ajudou, sem dúvida alguma, a levar adiante o barco da nossa sociedade.
Todos nós sabemos que as telecomunicações no Brasil evoluíram ao longo de três grandes ciclos: o Império com as suas concessões aos estrangeiros e que durou mais ou menos cem anos; a Estatização que aconteceu dos anos 60 até o final do século xx; e a Privatização ao fechar das luzes do milênio e que perdura até hoje.
Digo isso, não para dar uma aula sobre a história das telecomunicações brasileiras e sim para situar o nosso trabalho passado. Ele se deu num momento em que o grande desafio era organizar e prover, à nossa maneira, às telecomunicações de um País do tamanho de um continente.
Aqui, no estado do Rio de Janeiro, vivenciamos a nossa Telerj, originada da CTB canadense.
Uma grande Companhia Telefônica é um universo de pessoas, de interesses, de tecnologias, de organização, de finanças. Ah! As finanças com seus limites de investimento de um país em construção.
Uma grande Companhia Telefônica tem o contato direto no dia-a-dia com a população que serve. É a famosa capilaridade da rede que deve chegar bem a cada assinante. … E ainda tem a conexão com o restante do planeta para construir a grande rede mundial.
Nós todos aqui presentes — e também os que aqui não estão e que agora lembramos — vivemos esse instigante universo das telecomunicações.
Sim, Fonseca e daí?
Caros Companheiras e Companheiros,
Obrigado por terem me acompanhado até aqui. Traçado o grande quadro, vamos agora falar da Apas-RJ que hoje completa vinte anos.
Com a privatização das telecomunicações houve a justa preocupação dos empregados com a sua aposentadoria. Tal justa preocupação está nas origens da criação da Apas-RJ.
Aqui não cabe dar uma aula sobre o sistema previdenciário. A Apas-RJ tem especialistas muito mais credenciados do que eu para fazê-lo.
Me lembro, a propósito, que criei dois personagens fictícios: o Zé Aposentado e o Seu Ajuda..
O Zé Aposentado quer ir apenas, todo fim do mês, ver se o seu dinheirinho da suplementação da sua aposentadoria está aguardando ele lá no banco. E quando ele está doente é só apresentar um mágico cartão de plástico azul e branco e será atendido pelo médico e por todo um sistema hospitalar.
Seu Ajuda é o aposentado preocupado com os perigos – e eles são muitos – que rondam uma aposentadoria decente. Seu Ajuda acompanha o desenrolar das leis. Luta por ter representatividade junto aos órgãos competentes, em defesa permanente dos interesses dos aposentados.
Todo mundo já percebeu que Seu Ajuda é a nossa querida Apas-RJ.
A Apas-RJ é um grupo de ex-telerjianos que se organizou — com os matizes da personalidade de cada um — em defesa dos interesses de seus associados.
Em termos práticos, a Apas-RJ atua em cinco grandes vertentes.
A primeira é junto á nossa fonte pagadora, elegendo e suportando um representante que atua dentro das limitações que o implacável jogo dos negócios impõe.
Em segundo lugar, mantendo o espírito de convivialidade que agora nos anima. Mas não somos apenas lúdicos e gregários …
Em terceiro lugar, a Apas-Rj é um nome e um ponto de referência de nossos interesses junto a muitos atores externos, utilizando os meios de divulgação a seu alcance.
Em quarto lugar, há a sua organização interna, a sua sede, suas visitas aos companheiros e companheiras do interior do estado. A Apas-Rj é uma mini-Telerj muito bem organizada.
E finalmente, há o aspecto social da Apas-RJ que há muitos anos dá um apoio real a todos seus associados. É a nossa atividade de seguridade com mais de dezoito mil atendimentos catalogados e que serve de elo entre nossos Zés Aposentados e Zefas aposentadas e uma burocracia de regras nem sempre entendidas por todos.
Bom queridos amigos e amigas já falei muito. Para terminar vamos a um jogo de adivinhação …
“Sua mãe era russa e seu pai polonês. Seu avô, aos 17 anos, se escondeu num navio cargueiro. Descoberto, foi lavar pratos a bordo. Acabou indo para Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
Ele foi engenheiro civil, professor de geometria descritiva, instalador de torres, de dutos e de cabos. Trabalhou na indústria de telecomunicações.
Na Telerj trabalhou no departamento de rede, chefiou pessoas e assessorou a presidência da empresa. Aposentou-se em 1995.
Onde passa faz amigos. E como bom chefe sabe motivar a sua equipe. É impossível resistir a seu sorriso. Ele gosta de gente e é superprestativo.
Homenageando a todos os demais Associados, vamos fazer uma homenagem mais do que merecida a você Samuel Rubinstein, cujo nome é o de uma pedra das mais preciosas. O nosso Moreira vai ler o texto gravado na placa que ele vai lhe entregar.
Parabéns a todos da Apas-RJ pelos seus vinte anos !
Muito obrigado.